quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Cordel Gabrielense

O ano de 1972 é uma data muito importante para a cidade de São Gabriel, pois exatamente no dia 30 de julho, desse mesmo ano, nasce uma criança que dentre tantas outras tem um brilho diferente. Cresceu dentro de um padrão humilde como todos os filhos de São Gabriel
Vindo de uma prole de oito irmãos tornou-se o orgulho dessa família, como Técnico Agrícola pela Escola ESAGRI, é poeta cordelista por dom e graça da natureza.

Antônio Régie é uma expressão muito importante na nova geração da poesia baiana. Sempre inspirado pelos desajustes sociais, mostra através dos signos o que muitas vezes passa despercebido pela sociedade. Dono de um caráter próprio, costuma sempre mostrar os rastros de insatisfação e resistência em suas expressões poéticas.

Grita contra todo tipo de opressão, mostrando suas feridas, alegrias e tristezas adivindas dessa sociedade caótica.
Antônio Régie considera "Miguelão", O Homem que Enganou a Morte", a sua obra mais importante porque teve repercursão fora do Estado da Bahia.








"Em São Gabriel reside
Um sujeito de sorte
Ele é sisudo e alegre
E tem um corpo forte
Por ser boêmio, o homem
Que um dia enganou a morte"




"Miguelão adoeceu
E muito triste ficou
Dor de cabeça e febre
Dizia ele: chegou!
Assim não posso ficar,
A morte quer me levar,
Mais de atrevido não vou"

Muito defende o sertanejo, com perspectiva de dias melhores, para essa gente tão sofrida, desejando uma vida digna sem exploração com acesso a educação e a inclusão social.












"Sertão de lutas bravias,
Do seu povo sonhador,
Da beleza da poesia
Na rima do trovador
Dessa gente que gargalha
Que sonha, vive e trabalha
Com prazer e muito amor."










Leu vários autores, os quais lhe ajudaram a produzir. Dentre eles estão Jorge Amado, José Lins do Rego, Patativa do Assoré, Guimarães Rosa.



















"Antônio Régie, é meu nome
Nasci aqui no sertão
Tenho por Jorge Amado uma estima
O escritor da emoção
Na sua obra ficou
Imortalizado o amor
O sonho do cidadão"












"Mesmo com esse sistema tão cruel
O pobre nunca tem vez
Aqui quem manda é Burguês"